domingo, 27 de março de 2011

Livro: A VIDA IMORTAL DE HENRIETTA LACKS - Uma comovente, intrigante e injustiçada história




É possível as células de um mesmo ser humano resistirem por mais de 60 anos e ser responsáveis pelo desenvolvimento do tratamento de doenças das mais variadas espécies, como câncer e mal de Parkinson, de vacinas contra a poliomelite e o vírus HPV ou de técnicas de fertilização e clonagem? Em uma das história mais emocionantes - e intrigantes - da medicina, o livro A Vida Imortal de Henrietta Lacks (Companhia das Letras), disponível nas livrarias a partir deste mês de março, relata a trajetória de uma descendente de escravos nascida em 1920, nos Estados Unidos, e que, aos 30 anos foi diagnosticada com câncer.
-------------------------------------------------------------------------------------
Uma sinopse do livro:

Henrietta Lacks era descendente de escravos e nasceu em 1920, numa fazenda de tabaco no interior da Virgínia. Aos trinta anos, casada e mãe de cinco filhos, Henrietta descobriu que tinha câncer. Em poucos meses, um tumor no colo do útero se espalhou por seu corpo. Ela se tratou no Hospital Johns Hopkins, e veio a falecer em 1951. No hospital, uma amostra do colo do útero de Henrietta havia sido extraída sem o seu conhecimento, e fornecida à equipe de George Gey. Gey demonstrou que as células cancerígenas desse tecido possuíam uma característica até então inédita - mesmo fora do corpo de Henrietta, multiplicavam-se num curto intervalo, tornando-se virtualmente imortais num meio de cultura adequado. Por causa disso, as células 'HeLa', logo começaram a ser utilizadas nas pesquisas em universidades e centros de tecnologia. Como resultado, a vacina contra a poliomielite e contra o vírus HPV, vários medicamentos para o tratamento de câncer, de AIDS e do mal de Parkinson, por exemplo, foram obtidos com a linhagem 'HeLa'. Apesar disso, os responsáveis jamais deram informações adequadas à família da doadora e tampouco ofereceram qualquer compensação moral ou financeira pela massiva utilização das células. 'A vida imortal de Henrietta Lacks' reconstitui a vida e a morte desta injustiçada personagem da história da medicina. O livro demonstra como o progresso científico do século XX deveu-se em grande medida a essa mulher negra, pobre e quase sem instrução. -------------------------------------------------------------------------------------
Morta em 1951, Henrietta Lacks ainda sobrevive emlaboratórios de todo o mundo através do cultivo de suas células, batizadas de HeLa (as iniciais da doadora). Com uma característica até então inédita de se multiplicar mesmo fora do corpo, essas células têm proporcionado os maiores avanços na medicina desde a segunda metade do século XX e resultaram no surgimento de uma bilionária indústria de medicamentos e de pesquisas. Apesar dos mistérios que envolvem a imortalidade das HeLas, sabe-se que elas cresceram em uma quantidade surpreendente, equivalente a mais de 50 milhões de toneladas.
Mas apenas 20 anos após a sua morte, a família de Henrietta foi informada da existência das HeLas, quando cientistas passaram a avaliar a genética dos parentes. Enquanto as empresas lucravam, familiares não tinham informações dos trabalhos científicos realizados com o material retirado sem o consentimento de Henrietta. Paradoxalmente, tanbém não tinham sequer condições de ter um plano de saúde.
Nesta comovente história, a jornalista americana Rebeca Skloot levou mais de dez anos para descrever o drama vivido pelos descendentes de Henrietta.
A obra tornou-se o best seller nos Estados Unidos e o e-book mais vendido no mundo. Em breve, ganhará adaptação para o cinema, com produção da apresentadora Oprah Winfrey e do diretr Alan Ball.

Nenhum comentário:

Postar um comentário