
Às vezes, existe um vazio dentro da gente. Ele pode ser grande, enorme ou apenas um pequeno incômodo. Geralmente, todos nós queremos preencher esse vazio.
Muitos preenchem com roupas, acessórios e coisas que a gente pode colocar sobre o corpo. Essa é uma forma perigosa de preencher o que falta, porque quanto mais você se enche de coisas, mais vazio vai ficar o seu bolso. E o que é pior: vai sempre faltar algo.
Outra forma é tentar saber tudo, ler tudo, assimilar tudo. Ver todos os filmes, ler todos os livros, conhecer todas as pessoas ‘relevantes’. Também é uma busca sem fim. Sempre vai haver algum assunto no qual vamos ser ignorantes ou algum autor de quem nunca ouvimos falar. Entendam bem, não sou contra o conhecimento. Sou contra o esnobismo intelectual que exclui pessoas e faz com que esqueçamos de nós mesmos. Pensar demais pode ser um problema…
Mas, na maioria das vezes, esse vazio que todo mundo tenta preencher loucamente precisa existir. É parte do equilíbrio. Aceitar esse vazio é aceitar a dualidade de todas as coisas; é aceitar o silêncio de não dizer nada; é aceitar a perda quando não se ganha; é aceitar o fim que não queremos.
Aceitar o vazio também é aceitar uma parte de nós que precisa ser e ficar leve, talvez à espera, quando chegar alguma coisa realmente importante. Deixe um espaço vazio na estante, na parede, não ocupe uma cadeira. Faça um exercício de espera, de assentamento, de contemplação.
O vazio pode ocupar um espaço importante na sua vida. E isso não é triste: é deixar aberta uma porta para uma oportunidade que ainda não recebemos.
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