sexta-feira, 12 de julho de 2013

Natureza: GOLFINHO ROTADOR VIAJA PELO MAR CRISTALINO DE FERNANDO DE NORONHA


Turismo de observação atrai dois mil turistas por mês ao lugar. Arquipélago é tombado pelo Patrimônio Mundial Natural pela Unesco.

Conhecer Fernando de Noronha é estar perto de um mar cristalino, de uma diversificada fauna marinha e de muita natureza. O Golfinho Rotador é um animal tão presente nas águas do arquipélago que já faz parte da paisagem da ilha.

Tombado como Patrimônio Mundial Natural pela Unesco há dez anos, o arquipélago de Fernando de Noronha é formado por 21 ilhas. A principal ilha e a única habitada tem 21 praias e cerca de 2,8 mil moradores. Esse é o sonho de viagem de muitos turistas. “Todo mundo tem o direito de conhecer e o dever de preservar a ilha”, diz o morador Maycon de Albuquerque.

Fernando de Noronha está a 545 quilômetros do Recife, Pernambuco, e a 375 quilômetros de Natal, no Rio Grande do Norte. É o ponto mais avançado do território brasileiro no Oceano Atlântico. Quase todas as mercadorias que abastecem a ilha chegam pelo porto por barcos ou por navios.

Do porto também saem todos os dias barcos lotados de turistas. Uma das principais atrações do mar de Noronha é o Golfinho Rotador. “Noronha é o lugar do mundo mais provável de encontrar grandes concentrações de golfinho”, diz José Martins da Silva Júnior, coordenador do Projeto Golfinho Rotador.

O grande número de golfinhos e a preocupação em preservá-los foi o que fez José Martins ajudar a criar o Projeto Golfinho Rotador. São 21 anos de história. “O Projeto Golfinho Rotador é um programa de conservação de fauna e de golfinho na vida e no ambiente natural. A gente trabalha com pesquisa. Estuda o comportamento do golfinho para saber o que ele está fazendo e quais os fatores naturais e de origem humana que influem no comportamento natural dele. A gente trabalha com educação ambiental, com as crianças da ilha e com os visitantes, de modo a melhorar a consciência ambiental dos moradores, dos ilhéus e também usar Noronha como um instrumento de conscientização ambiental dos visitantes que passam pelo arquipélago”, explica José Martins.

Hoje, o projeto é uma parceria do Centro Mamíferos Aquáticos, do Ministério do Meio Ambiente, com a ONG Centro Golfinho Rotador e conta com pesquisadores, educadores ambientais e estagiários. Todos os dias, os pesquisadores do projeto seguem uma pequena trilha que leva ao Mirante de Observação para fazerem estudos sobre os golfinhos.

“Dá para perceber que eles estão chegando porque a água parece que está fervendo. Como eles sobem para respirar, a nadadeira dorsal aparece e fica formando manchas. Para contar, a gente pega sempre o primeiro golfinho do grupo. Eles se deslocam mais organizados. Então, tem sempre um golfinho na ponta. A gente localiza esse golfinho, deixa o binóculo parado neles e conta conforme os outros passam no nosso campo de visão. Conforme a gente aperta o contador, vai dando o número”, explica a pesquisadora Juliana Rodrigues Moron.

“Eles vêm para cá principalmente para descanso. Essa espécie de golfinho passa a noite toda em alto mar se alimentando e se aproximam dessas enseadas com águas calmas, tranquilas, como a Baía dos Golfinhos, para descanso, reprodução e cuidados com os filhotes”, esclarece a bióloga Marina Tischer.

Os pesquisadores também passam informações para os turistas. “Juntando um pouquinho dos resultados desses 21 anos de monitoramento da Baía dos Golfinhos a gente percebeu que eles vêm para cá em 95% dos dias do ano, numa média de 363 animais”, completa Marina.

Os turistas Selma Leite Santana e Valdemar Gonçalves da Cruz, que são de Santos, ficaram encantados com os golfinhos de Fernando de Noronha. “Quase não dormi para poder estar em pé aguardando a condução que nos trouxesse para ver essa maravilha. É uma coisa maravilhosa, que vale a pena”, avalia.

“A gente acredita que esse turismo de observação de golfinhos, tanto no Mirante dos Golfinhos quanto o passeio de barco, toda forma do turista encontrar com os golfinhos cria uma consciência ambiental, desperta uma consciência ambiental nas pessoas muito grande”, conclui Marina.

fonte: g1.globo.com


Nenhum comentário:

Postar um comentário