DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 8 de MarçoMulher: lutas, conquistas e sensibilidade, negras, brancas ou amarelas, católicas, judias, ou mulçumanas, jovens ou idosas, não importa.
No dia 8 de Março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher, simbolizando todo o poder feminino no mundo. Não se pode negar que as conquistas femininas avançaram muito nos últimos anos. O panorama atual se difere substancialmente do que o de há algumas (e poucas) décadas.
As mulheres que vieram depois de 1945 passaram por um "boom" de transformações. Na verdade, acho que fomos quase que cobaias. A começar pela bomba atômica, pelo pós-guerra. Depois veio a pílula, o movimento feminista, a educação sem limites para os filhos, as drogas, a produção independente, hormônios...
Quase 150 anos separam o data de hoje do dia em que 129 operárias morreram em uma greve nos EUA. A história do Dia Internacional da Mulher tem seu começo. Em 8 de março de 1857, patrões e policiais colocaram fogo na fábrica têxtil onde as mulheres estavam trancadas, após protestarem contra a jornada de trabalho de 16 horas e por melhores salários. Muita coisa mudou desde então, mas ainda há muito por fazer.
As primeiras articulações de um movimento feminista começaram logo após a Revolução Francesa. Os principais objetivos eram o direito ao voto e à educação. No Brasil, até 1879, as mulheres eram proibidas de freqüentar cursos de nível superior e, durante boa parte do século 19, só poderiam ter educação fundamental. Mesmo com a legislação que permitia a instrução feminina, as mulheres tinham o acesso dificultado.
Aos poucos, as conquistas vão acontecendo. A passos de formiga, mas vão. Toda a crise no Oriente Médio, por exemplo, trouxe - embora, de forma trágica - significativas mudanças. A libertação ocorreu em diversos níveis e, dentre eles, o da mulher. Somente o fato de questionar todos os conceitos pré-estabelecidos e, muitas vezes, prejudiciais, já é uma forma de evolução.
Hoje, muitos homens já reconhecem esta força feminina, tanto que, muitos deles, buscam neste equilíbrio da emoção e criatividade (características, muitas vezes, somente da mulher) artifícios para a busca de seus objetivos. "Já cheguei a dar palestras para cerca de 3 mil homens, numa sala onde haviam apenas três mulheres", revela Mônica Buonfiglio, uma estudiosa de assuntos esotéricos e espiritualistas. Mônica encara esta mudança como uma porta de entrada para o avanço de ambos os sexos.
As mudanças foram absorvidas de tal forma que muitas pessoas acreditam que a mulher já conquistou a ambicionada "igualdade". Porém, novas e antigas formas de preconceito e violência persistem. Enquanto isso, a mulher, com seu poder descomunal, continua abrindo fronteiras, assumindo espaços e gritando por seus direitos. Com uma parte da guerra vencida, o feminino encara cada ano como uma nova batalha.
Algum benefício na guerra
Terrores à parte, a a guerra serviu como um grande empurrão para a emancipação feminina. Por causa da falta de homens, que eram obrigados a ir para o front, mais mulheres entraram para o mercado de trabalho.
Desde a Revolução Industrial, mulheres vinham ocupando postos em fábricas, além de exercer as profissões tipicamente femininas, como enfermagem e serviços domésticos. Os salários, entretanto, tinham diferenças brutais. As distorções permanecem, mas menos severas.
O batalhado direito ao voto
O direito a escolher os próprios governantes mobilizou mulheres de todo o mundo durante boa parte da primeira metade do século 20. No Brasil, essa conquista aconteceu em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas.
A Nova Zelândia foi o primeiro país a permitir o voto feminino, em 1893. Na França, apesar de "igualdade" estar entre os lemas da Revolução Francesa, a mulher só conseguiu votar a partir de 1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial.
A liberação sexual
Nos anos 50, o feminismo ganhou um novo aspecto: a contrução da identidade feminina e a liberação sexual. Em 1949, a escritora Simone de Beauvoir publicou O Segundo Sexo, que demolia o mito da "natureza feminina" e negava a existência de um "destino biológico feminino". Para a companheira de Jean-Paul Sartre, "a feminilidade não é uma essência nem uma natureza: é uma situação criada pelas civilazações a partir de certos dados fisiológicos".
O livro causou impacto imediato e provocou críticas não só dos conservadores - devido principalmente aos capítulos dedicados à sexualidade feminina -, mas também da esquerda. Simone de Beauvoir foi acusada de desviar o foco da questão principal, a luta de classes.
Um novo impulso chegou nos anos 60, com a criação da pílula anticoncepcional. A revolução sexual acompanhava outros acontecimentos da época, como a guerra do Vietnã e a ascensão do movimento estudantil. Com a chegada da pílula, um dos pretextos para a repressão sexual feminina, a gravidez indesejada, não tinha mais porque existir. Depois de cerca de 40 anos de existência, a pílula é usada por cem milhões de mulheres em todo o mundo.
Outro sinal dos tempos viria em 1964, quando a inglesa Mary Quant escandalizou com uma saia dois palmos acima do joelho. O pedaço de pano de trinta centímetros rapidamente conquistou mulheres de todo o mundo e deu o impulso a novas musas, como a modelo Twiggy, que apesar de polêmicas eram mais simpáticas que as feministas clássicas, como Betty Friedman e Simone de Beauvoir. Em 1971, preenchendo a longa lista de tabus quebrados, a brasileira Leila Diniz apareceu de biquíni em uma praia carioca, exibindo uma grande barriga de gravidez.
Uma nova ordem familiar
Com o novo papel da mulher da sociedade, mudou também a estrutura familiar. As publicações e programas de televisão dirigidos ao público feminino se multiplicaram durante os anos 80, e a educação sexual começou a entrar nos currículos escolares.
Sem dependerem financeiramente do marido, as mulheres passaram a adiar o casamento. As taxas de fecundidade caíram, ligadas à presença cada vez maior no mercado de trabalho.
Conclusão: aposentadoria, trabalho e capacidade
Para quem acompanhou todas estas mudanças evolucionais sabe que há muito a ser feito não sómente a respeito aos direitos das mulheres, mas também aos direitos dos homens a conseguirem um espaço na frente de trabalho quando estes amadurecem (falando de Brasil) e ainda precisam estar ativos profissionalmente, isto falo como experiência própria. É preciso rever essa atitude de aposentar seres inteligentes e capazes de dar muito mais de si pelo mercado de trabalho. A alta competitividade de mercado e o preconceito pela idade tem sido causas frequentes para a dispensa dessa força de trabalho mais experiente, a qual poderia ser recolocada e bem aproveitada.
Recentemente uma empresa publicou uma pesquisa sobre tendências na área de empregos e apresentou uma novidade: o número de vagas com preferência para candidatos maduros, com mais de 40 anos, aumentou mais de 15% nos dois últimos meses de 1999. Os candidatos maduros estão melhor preparados e as empresas descobriram que o preconceito estava provocando a perda de oportunidades para a contratação de talentos já comprovados.
Quando um profissional deixa a empresa e o ambiente em que era respeitado, ele passa a enfrentar o preconceito em relação à idade. Como consequência ele primeiro se revolta, depois busca novas forças e motivações para enfrentar as dificuldades. Com isso ele aprende, desenvolve novas competências e surpreende o mercado de trabalho.
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